segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Analise Completa de Silent Hill downpour


"Silent Hill" é uma série conturbada, com bons jogos no passado e títulos um tanto quanto decepcionantes em tempos recentes - como "Homecoming", de 2008. "Downpour" é a mais nova investida da Konami na série de terror.

Com um novo protagonista e uma mistura de pontos conhecidos da cidade de Silent Hill com locações até então não visitadas, o jogo é uma mistura de erros e acertos, que pode até entreter os jogadores, mas está longe de ser um game do mesmo nível dos primeiros episódios.

Pontos positivos:

  • Herói incomum
  • Em "Downpour", você controla Murphy Pendleton, um detento rumo a uma prisão de segurança máxima, que, após um acidente, vai parar em Silent Hill, a boa e velha cidade amaldiçoada que dá nome à série de terror da Konami.

    Conforme a trama se desenrola, você vai descobrindo um pouco mais sobre o passado de Murphy, como a razão dele estar preso e o que o sujeito fez para merecer uma visita à Silent Hill.

    Logo no começo, vemos que o novo protagonista não é um cara muito bonzinho. No tutorial, você esfaqueia uma vítima indefesa no banheiro da prisão, mas outros segredos são revelados ao longo do game. A vida atrás das grades é uma boa alternativa para o clichê "ex-soldado", tão comum hoje em dia, e explica um pouco a coragem de Murphy na hora de lidar com as criaturas grotescas que surgem pelo caminho.

    No fim das contas, entender o personagem e suas motivações é uma das características mais envolventes de "Silent Hill: Downpour".
  • Escolhas durante a aventura
  • Em alguns momentos do jogo, você precisa tomar decisões, como ajudar um personagem ou deixar o coitado para morrer. Não são muitas escolhas, mas ajudam a criar um vínculo entre Murphy e o jogador.

    As decisões não mudam muito o rumo da história, o que é uma pena. Mas ao deixar o jogador escolher, "Downpour" permite que você determine se é um sujeito bom em uma situação ruim, ou se é um bandido desalmado.

    O vínculo entre Murphy e o jogador é importante para a imersão. Em um jogo de terror, se você não se identifica com o personagem de alguma forma, seu destino não tem importância.

    Afinal, para que se esforçar para conseguir o melhor final do jogo, se você não está nem aí para o protagonista?
  • Ambientação sinistra
  • "Downpour" apresenta uma versão de Silent Hill cheia de novas locações, pontos nunca visitados pelos games anteriores. Ao mesmo tempo, respeita a ambientação da série, com personagens sinistros e paisagens desoladas.

    O cenário ajuda na criação de tensão ao longo da partida e alguns trechos são arrepiantes, principalmente as rápidas passagens pelo Otherworld - uma espécie de inferno no mundo de "Silent Hill".

    Durante o jogo, você explora apartamentos e lojas abandonadas. Além da história principal, há várias missões paralelas que permitem conhecer mais sobre a cidade e seus habitantes - ainda que dependam de mecânicas de jogo antiquadas e que não se encaixam muito bem em uma história de terror.
    • Combate simples demais
    • Assim como "Homecoming", "Downpour" é um "Silent Hill" mais voltado para a ação. Murphy usa qualquer ferramenta que encontrar pelo caminho como arma - chaves inglesas, facas, pedaços de madeira e até pedras constam em seu arsenal.

      O combate, em si, é muito simples, não indo além de esmagar um botão até acabar com o adversário. A simplicidade rende momentos cômicos e não-intencionais, como pessoas andando para lá e para cá com uma faca de açougueiro fincada nas costas - e não se trata de um monstro sobrenatural, mas de uma pessoa comum e indefesa, que deveria estar no chão, agonizando de dor.

      Para um jogo que coloca o combate como seu principal elemento - diferente dos primeiros jogos de "Silent Hill" - era de se esperar um sistema mais complexo.
    • Puzzles antiquados
    • "Downpour" é cheio de mecânicas antiquadas: missões paralelas envolvem encontrar objetos perdidos, devolver esses objetos ao seu local de origem para agradar os moradores da cidade e conseguir algum item especial.

      Os puzzles, porém, são o ponto baixo do jogo: além de ser muito fácil descobrir o que fazer, muitas vezes antes mesmo de perceber o problema - você mexe nas coisas e descobre um elevador ou porta secreta, antes de notar que precisa fazer isso para avançar.

      Pior ainda, são os típicos puzzles de arrumar quadros para abrir passagens secretas. Tudo bem, eles funcionam, mas honestamente: por que um presidiário, fugindo de uma cidade amaldiçoada, se importaria em endireitar um quadro velho na parede de uma casa abandonada?










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